OGMO/Paranaguá promove encontro voltado ao protagonismo feminino em comemoração ao mês da mulher

OGMO/Paranaguá promove encontro voltado ao protagonismo feminino em comemoração ao mês da mulher

No mês da mulher, o Órgão de Gestão de Mão de Obra (OGMO) do Trabalho Portuário em Paranaguá realizou uma programação voltada para o público em geral. Com o tema €œMulheres que nos inspiram a sermos protagonistas da própria história€, o evento aconteceu na terça-feira (7), no Sesc Paranaguá.

Cerca de 100 mulheres, entre trabalhadoras portuárias e do comércio local, participaram da atividade, que contou com bate papo, sorteio de brindes e coffee break. Os temas debatidos foram os desafios enfrentados pelas mulheres na construção de suas carreiras, passando pelos erros e acertos durante a trajetória.

Com a mediação da diretora executiva do OGMO Paranaguá, Shana Carolina Colaço Bertol, as painelistas convidadas foram Ana Lúcia Ferreira, advogada do OGMO/SFS, Laura Maria Câmara, diretora de Gente e Cultura da Rocha Terminais, Melina Moscardi, personal trainer, e Najia Furlan, coordenadora de Programas Institucionais da Portos do Paraná.

€œNós não queremos receber apenas flores, queremos debater sobre os temas relevantes para as mulheres; que nossa voz seja ouvida. Durante o evento, trouxemos dados do IBGE que mostram que ainda temos muito a evoluir em relação ao mercado de trabalho, por exemplo€, conta a organizadora Shana Bertol.

Ela ainda destaca que o intuito da ação foi reunir mulheres para falar sobre o assunto que envolve suas próprias carreiras profissionais, visões, projetos e ações. €œCom isso, buscamos promover cada vez mais a diversidade e a equidade de gênero€, diz.

Pontos debatidos

A painelista Ana Lúcia Ferreira, que também é membro do Grupo de Estudos Portuários do Sul (GEPORTS) e membro fundadora da Academia Brasileira de Direito Portuário e Marítimo (ABDPM), falou sobre sua experiência como negociadora patronal, além de incentivar a união feminina.

€œA primeira coisa que temos que ter bem definido é que podemos tudo o que quisermos; e a segunda é que não precisamos competir com outra mulher. Se conseguimos nos alinhar, buscar objetivos em conjunto, nosso ambiente será muito melhor, todas temos o nosso espaço para alcançar€, ressaltou.

Já a diretora de Gente e Cultura da Rocha Terminais, Laura Maria Câmara, é a primeira mulher a ocupar um cargo tão alto na empresa. €œEu estou muito feliz de ser a primeira diretora da Rocha, muito feliz. Às vezes, você vai ser o agente transformador no teu lugar de trabalho, porque ele não vai estar pronto. A mudança está nas nossas mãos. Não vai existir um ambiente perfeito em que vamos aportar lá e tudo será resolvido; esse ambiente favorável nós é que vamos construir€, contou.

A coordenadora de Programas Institucionais da Portos do Paraná, Najia Furlan, também falou sobre sua atividade no ramo portuário, ainda predominantemente masculino.

€œEu trabalho de forma democrática, sempre em equipe, nunca é eu sozinha. O que procuro fazer é buscar espaços onde não tem. Detesto a questão da concorrência; até alguns anos atrás, a concorrência era incentivada como sendo uma necessidade da vida corporativa, e eu não gosto disso. Acho que não precisamos competir, tem espaço para todo mundo€, refletiu.

Outra mulher a expor sua experiência profissional foi a personal trainer Melina Moscardi também falou sobre sua profissão. €œMeu foco de trabalho é mulheres, quero dar oportunidades para elas fazerem por elas mesmas, se sentirem mulheres, se olharem. Eu ensino a questão da autoestima, do exercício físico; inclusive, li um estudo que acabou de sair falando que o exercício físico tem quase o dobro de efeito de uma terapia e remédios para depressão. Então eu entendo que o meu papel, hoje, é o de entrar na casa dessas mulheres que, muitas vezes, não têm oportunidades e salvá-las de uma vida infeliz. Sempre falo que temos que cuidar primeiro da nossa saúde, para que possamos cuidar bem da nossa família e do nosso trabalho; a ordem é essa, não dá para inverter€, disse.

Mulheres e portos

Os números comprovam. São raras as oportunidades em cargos de tomada de decisão para mulheres. Segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto Ethos, apenas 13,6% dos cargos executivos são ocupados por elas, no Brasil.

Isso não é diferente na área portuária, setor predominantemente masculino. €œA gente teve, obviamente, uma evolução nos últimos anos em relação à presença feminina no setor portuário, mas ela ainda é muito tímida. Nós ainda somos estatísticas. Se olharmos as mulheres que estão hoje dentro do setor, a maioria delas está sentada na plateia, poucas estão tomando decisões, poucas ocupam cargos de liderança. Recentemente estive em um evento em Recife; de cinco painéis, apenas um, que era o que eu participava, tinha mulher. Então ainda temos muito a avançar dentro do setor portuário€, comenta a diretora executiva do OGMO, Shana Bertol.

Buscando contribuir com o avanço da presença feminina na área, ela e outras mulheres idealizaram o grupo €œMulheres e portos€, que completará um ano no próximo dia 31. Com integrantes que já fazem parte da Federação Nacional das Operações Portuárias, elas perceberam a necessidade de debaterem mais sobre temas relacionados à questão feminina.

€œO que incomoda a uma mulher, às vezes também incomoda a outra, e uma pode puxar a outra e podemos cada vez mais impulsionar mulheres a seguirem as suas carreiras portuárias e emponderá-las. O grupo acredita muito no desenvolvimento do porto através da diversidade e da equidade de gênero. Uma mulher de talento pode ir muito longe, mas várias mulheres juntas, uma apoiando as outras, podem impactar um ecossistema inteiro. Eu acho que é isso o que buscamos: juntas somos mais fortes e vamos mais longe também€, conclui Shana.

Fotos: Felipe Luiz Alves/JB Lito

Fonte: JB Litoral

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